Troca de acusações envolvendo o líder do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), vereador Marcrean Santos (PSDB), e o médico intensivista Marcus Vinicius Ramos de Oliveira, marcou a sessão plenária da Câmara de Cuiabá nesta terça-feira (25).
O profissional compareceu a convite do vereador Luiz Fernando (Republicanos), que pede a cassação do colega por conta de uma invasão à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do pronto o antigo Pronto-Socorro Municipal, no dia 8 de junho. Marcrean nega as acusações e aponta “demagogia” nas denúncias.
Durante a oitiva, Marcus Vinicius expôs ameaças por parte do vereador, que buscava informações sobre uma paciente. “Eu recebi essa paciente e observei que ela tinha um probleminha no pulmão. Tomografamos e pedimos a avaliação de cirurgia torácica. No outro dia, o vereador apareceu na UTI querendo informações e me ‘carteirando’, apertando, ameaçando, simplesmente porque eu falei que no momento que ele chegou, eu estava dando assistência para outros pacientes. Ele não gostou da resposta, entrou na UTI, ameaçando, gritando”, disse.
Enquanto o médico narrava os fatos ocorridos no dia, Marcrean entrou no plenário e se incomodou com as declarações. O parlamentar rebateu os apontamentos, afirmando que o profissional estava na sala de repouso dormindo. Disse também que foi até o hospital a pedido da família da mulher, que estava internada há cerca de 30 dias. Ela deu entrada com infecção pulmonar e acabou contraindo uma bactéria no hospital, o que agravou ainda o quadro clínico.
O mandatário ressaltou que a família queria informações concretas, inclusive sobre uma cirurgia a qual ela seria submetida.
“Cheguei na UTI e perguntei quem era o médico responsável. Me informaram que era o dr. Marcus Vinícius e que ele estava no repouso. Fui ao repouso, a porta estava trancada. Eu bati e ele abriu assustado e perguntou o que estava acontecendo. Perguntei se ele era o dr. Marcus Vinícius e ele disse sim. Respondi que tinha ido para buscar informações sobre o quadro clínico da Vilma, que estava se agravando e estava internada há 30 dias. Queria saber se poderíamos ajudar de alguma forma, se era necessária uma transferência”, narrou.
O vereador enfatizou que após falar que queria informações sobre a paciente, Marcus Vinícius perguntou quem era ele por diversas vezes, momento que se identificou como vereador Marcrean. Segundo ele, o responsável pela UTI afirmou ao vereador que só daria informações no horário de visita. O médico, então, retornou à UTI e o vereador entrou com ele.
“Ele sentou, vestiu o jaleco, e disse para os outros dois médicos que estavam lá que eu tinha dado carteirada nele. Dentro da UTI, ele afirmou que ia registrar um boletim de ocorrência contra mim, pegou um papel, uma caneta, e disse que queria meu nome completo. Ele já tinha perguntado 3 ou 4 vezes meu nome e eu respondido. Ele estava com ironia. Foi quando eu disse que podia colocar o nome que ele quisesse, João Maria, Chico das Couves”, continuou.
A paciente foi operada, mas faleceu 4 horas depois. “Não estou falando que alguém cometeu erro. Vamos ser claros e parar de demagogia. Eu estava com 8 pessoas lá. Se tiver câmera, como disseram, eu quero que puxe a verdade. Meus advogados já requisitaram tudo”, finalizou o vereador.
Comissão Processante
Nos corredores do Legislativo, o autor da processante, Luiz Fernando, que também é médico, disse que Marcrean agiu de forma irregular e precisa ser investigado. “O médico pode fornecer dados e informações no devido tempo, respeito e ética. Isso faltou por parte do vereador e nós precisamos investigar. Essa conduta precisa ser analisada, vir ao plenário eai quem vai decidir é a maioria dos vereadores”, defendeu. VEJA VÍDEO:
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