SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os ataques aéreos disparados por Israel em direção à Faixa de Gaza contra alvos do grupo radical Jihad Islâmica entraram no segundo dia neste sábado (6) e devem durar ao menos uma semana, disseram as forças defesa do país.
Apelidada de “Amanhecer”, a operação teve início na sexta-feira (5) e, segundo balanço do Ministério da Saúde palestino, deixou ao menos 14 mortos, entre civis e militantes da Jihad. Israel diz que atingiu 40 alvos do grupo, incluindo locais de fabricação e armazenamento de armas.
O Egito, que buscava mediar negociações antes de os ataques terem início, propôs um cessar-fogo temporário para a negociação de uma trégua duradoura. A Jihad, porém, negou a proposta, segundo uma autoridade do grupo informou ao canal libanês Al-Mayadeen.
O grupo radical, como havia prometido, revidou aos ataques com o lançamento de mais de cem foguetes em direção a cidades do país. Sistemas de mísseis israelenses, em especial o Iron Dome (redoma de ferro), porém, interceptaram a maior parte dos projéteis.
Militares de Israel afirmam que, durante a madrugada, ao menos 19 militantes da Jihad foram presos na Cisjordânia. Tayseer Jabari, líder do grupo desde 2019, foi morto na operação na Faixa de Gaza na sexta -seu antecessor, Baha Abu Al Ata, foi morto naquele ano.
Israel já havia interrompido o transporte de combustível para a faixa pouco antes de iniciar os bombardeios aéreos, com consequências sentidas pelos cerca de 2,3 milhões de palestinos que vivem no local. A central elétrica de Gaza anunciou neste sábado que teve de fechar.
Em comunicado, a empresa informou que o corte afetará serviços públicos e instalações cruciais, além de agravar a situação humanitária.
A tensão a fronteira havia amortecido desde maio de 2021, quando 11 dias de ataques entre Israel e o Hamas deixaram ao menos 250 pessoas mortas em Gaza e 13 em Israel. O conflito escalou, porém, nas últimas semanas, quando um líder da Jihad Islâmica foi preso e Tel Aviv acusou o grupo de planejar ataques contra militares do país.
O enviado especial das Nações Unidas para o Oriente Médio, Tor Wennesland, disse estar profundamente preocupado com a situação. Em comunicado, frisou o repúdio a relatos de que entre os mortos palestinos está uma menina de 5 anos. “Não pode haver justificação para quaisquer ataques contra civis.”
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